quinta-feira, 7 de junho de 2007

Amor arranha... feito farpa

"Sou inquieta, ciumenta, áspera, desesperançosa. Embora amor dentro de mim eu tenha. Só que eu não sei usar amor: às vezes parecem farpas." CLARICE LISPECTOR

Essas farpas a mim tb arranham.. e fazem muito mal.. e não sei como pinçá-las de meu coração.. Por que, meu Deus?! Por que não posso ser um ser que ama, sim, mas que também se valoriza? E, isto, o faz acima de tudo?

Queria tanto poder escolher.. Um amor não se escolhe, eu sei.. Mas, se não dá certo, por que continuo a alimentar-me desta ração de farpas?

Minha vida não segue no sentido que minha razão escolheu.. Quero ser reta, mas minha alma é curva.. E, em sua sinuosidade, preto e branco se misturam, resultando em uma escala infinita de cinzas. Não consigo mais ver as coisas com os olhos da razão, minha emoção, mesmo coxa, tomou a dianteira e está me levando pra um lugar ermo.. Onde minha vida se perdeu, me perdeu e perdeu tb suas cores..

Quando a emoção
Nos afoga
Em seu mar
De angústias
A razão
Assume a direção
Para nos salvar
A vida
Põe à prova
A sanidade
Independente da idade
Aparta de si
Todo sentimento
Se vai
Ou vem
Não importa mais
...

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